Arrependi-me no momento a seguir. O rapaz que me parecia ter uns 20
anos apoderou-se de mim como se eu fosse um boneco. Agarrou-me e apertou-me
contra ele como se eu fosse a coisa mais importante para ele. Sabia que devia
faltar menos de um quarto de hora para aquilo acabar mas não suportava. Olhei
para a Cris e pedi-lhe ajuda, mas ela devia estar demasiado entretida com o
Filipe que não reparou.
Quanto mais o tempo passava, mais sentia a minha essência a
desaparecer, a ser sugada. A música mudou e a dança mudou.
Aí senti-me usada. Ele aproximou-se, conseguia cheirar o seu perfume
que era uma mistura de álcool e tabaco que me sufocava. Ainda se aproximou mais
e ultrapassou todos os limites… Começou a roçar-se em mim, prendeu-me de tal
maneira que não descortinei maneira de conseguir sair daquela posição.
Estava com medo, acho que qualquer pessoa que me olhasse realmente
nos olhos, conseguia ver isso.
Não soube o que fazer, estava perdida, e com demasiado medo para
reagir.

E… Acabou. Este largou-me lentamente e tinha uma expressão de
vitória na cara, reparei que me estava a olhar muito atentamente como se só
agora se percebe-se de quem usara. Mas mesmo assim pediu-me um beijo. Num
momento de pânico, medo e insegurança só fechei os olhos. E senti, senti me a
morrer. Agarrou-me e juntou os seus lábios aos meus. Aquele que me acabara de
tirar tudo.
No meio da multidão só tive tempo de procurar pelo Rui e este estava
especado a olhar para mim.
Corri o mais depressa que pude para
a casa de banho e lavei a cara e principalmente os lábios muitas vezes.
Mas mesmo assim olhei ao espelho e senti vergonha de quem estava a ver naquele
momento.
Tranquei-me na casa de banho e chorei. Reparei que depois a Cris
veio chamar-me e pensei que já toda a gente devia saber da minha
auto-destruiçao.
Sai e corri para os seus braços. Nunca a tinha visto tão preocupada.
Mas senti-a segura como se já não soubesse o real significado dessa palavra à
muito tempo. Não consegui-a parar de chorar e a foi a vez da culpa tomar conta
de mim.
Não conseguia ir lá para fora e enfrentar aqueles que confiavam em
mim, os que se interessavam e se preocupavam…
Mas tinha, e mal me consegui recompor minimamente, foi enfrentar aquilo
que seria a minha morte.
Oh :c tive a ler a tua história nesta última hora e confesso que estou a adorar, só espero pelo próximo! Um beijo e continua
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