quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Capítulo 14


Arrependi-me no momento a seguir. O rapaz que me parecia ter uns 20 anos apoderou-se de mim como se eu fosse um boneco. Agarrou-me e apertou-me contra ele como se eu fosse a coisa mais importante para ele. Sabia que devia faltar menos de um quarto de hora para aquilo acabar mas não suportava. Olhei para a Cris e pedi-lhe ajuda, mas ela devia estar demasiado entretida com o Filipe que não reparou.
Quanto mais o tempo passava, mais sentia a minha essência a desaparecer, a ser sugada. A música mudou e a dança mudou.
Aí senti-me usada. Ele aproximou-se, conseguia cheirar o seu perfume que era uma mistura de álcool e tabaco que me sufocava. Ainda se aproximou mais e ultrapassou todos os limites… Começou a roçar-se em mim, prendeu-me de tal maneira que não descortinei maneira de conseguir sair daquela posição.
Estava com medo, acho que qualquer pessoa que me olhasse realmente nos olhos, conseguia ver isso.
Não soube o que fazer, estava perdida, e com demasiado medo para reagir.
Queria fugir daquele pesadelo. Aquele pesadelo que tomou conta de mim e não me deixava partir, tirou me a essência e tudo de aceitável que havia dentro mim.
E… Acabou. Este largou-me lentamente e tinha uma expressão de vitória na cara, reparei que me estava a olhar muito atentamente como se só agora se percebe-se de quem usara. Mas mesmo assim pediu-me um beijo. Num momento de pânico, medo e insegurança só fechei os olhos. E senti, senti me a morrer. Agarrou-me e juntou os seus lábios aos meus. Aquele que me acabara de tirar tudo.
No meio da multidão só tive tempo de procurar pelo Rui e este estava especado a olhar para mim.
Corri o mais depressa que pude para  a casa de banho e lavei a cara e principalmente os lábios muitas vezes. Mas mesmo assim olhei ao espelho e senti vergonha de quem estava a ver naquele momento.
Tranquei-me na casa de banho e chorei. Reparei que depois a Cris veio chamar-me e pensei que já toda a gente devia saber da minha auto-destruiçao.
Sai e corri para os seus braços. Nunca a tinha visto tão preocupada. Mas senti-a segura como se já não soubesse o real significado dessa palavra à muito tempo. Não consegui-a parar de chorar e a foi a vez da culpa tomar conta de mim.
Não conseguia ir lá para fora e enfrentar aqueles que confiavam em mim, os que se interessavam e se preocupavam…

Mas tinha, e mal me consegui recompor minimamente, foi enfrentar aquilo que seria  a minha morte.

1 comentário:

  1. Oh :c tive a ler a tua história nesta última hora e confesso que estou a adorar, só espero pelo próximo! Um beijo e continua

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