quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Capítulo 9


-Oceana!! – A Cris mandou um berro que me chamou a atenção e me pôs parva a olhar para ela.- Para com isso! Ele não te quer comer! Vê-se acordas e percebes o que se passa! O moço andou atrás de ti o dia todo, ainda não te conhece a 100% mas está a aturar estas tuas birras! Já não tens 8,9 ou 10 anos tens 15 anos, rapariga! Sabes acho que estas naquela altura em que te começas a importar mais em ter um namorado ou alguém que te acarinhe do que propriamente teres uma baby-sitter sempre a tomar conta de ti! Tens de saber desenrascar-te, se gostas do moço diz-lhe, se não gostas diz-lhe também, e se tiveres algum problema com alguma coisa podes falar connosco mas só caso ainda não tenhas percebi o moço tem um interesse por ti. O Rui gosta de ti, Oceana. Começa-te a valorizar um pouco mais, começa a preocupar-te mais contigo e não com o que os outros pensam. Sabes não sou os outros que vão estar a viver a Tua vida nem a fazer as Tuas escolhas, és tu! Portanto pensa bem no que te disse, vamos dar uma volta, falar mais calmamente, distrairmo-nos um bocado porque depois a Teacher quer falar connosco sobre os resto da semana, antes de irmos jantar.
Dito e feito. Explicou-nos como iria ser o resto da semana: as atividades, as visitas, as aulas todas as manhãs, os momentos de convívio, as regras, etc. e passamos o resto da noite a conversar. Durante essa noite fiz os possíveis para não ter de enfrentar o Rui, estava a ser uma fraca, mas nessa noite depois de tao longo dia, não me sentia preparada para o enfrentar, ter mais uma conversa que não sabia que fim iria tomar, não sabia qual seria o destino, e é algo de que eu tenho bastante receio. Por um lado, se seguisse o coração queria passar estas duas semanas numa paixão profunda, numa história que iria recordar como perfeita e simplesmente adolescente mas verdadeira, por outro lado “Sim, tu ainda tens cabeça” e um lado racional e uso o mais possível porque eu ligo ao que outros, de um escalão acima (pais e família), dizem, importo-me com que eles pensam e como poderiam reagir a algo menos bom.
“Gostava de viver a minha vida verdadeiramente sem ter de pensar no certo ou errado, no que devo ou não devo e no que pensam, porque afinal a vida é minha”. E fiquei com este pensamento na cabeça…
Depois de um pequeno convívio com o resto do pessoal do campus, fui dormir à espero de que algum sinal viesse até mim, eu precisava desse sinal… Mas em vão, acordei na manhã seguinte, preparei e fui com a Cris e o resto do pessoal para as aulas, almocei, visitei novos sítios e depois do convívio fui dormir, isto durante dois dias. A tentar perceber o que devia fazer, obvio que o Rui insistia comigo, mas eu consegui arranjar sempre alguma desculpa para ir para o meu quarto. Mas durante uma noite de sono que eu estava a espera de que fosse normal, sonhei. Sonhei algo que me fez ‘acordar’ para a vida. “E a meio do sono também, com tamanho susto!”
Sonhei que os meus pais morriam num acidente de carro, e como eu odeio estes sonhos! Sonhei que eles me tinham deixado uma pequena carta também que dizia assim:


Querida filha, nem sempre acabamos como queremos nem com tudo dito, mas a única coisa que quero que sigas agora, é o teu coração, quero que sejas feliz, que vivas a tua vida ao máximo, embora com cabeça, pois nunca sabemos quando iremos ser precisos noutro lado. Eu e o teu pai, fomos chamados para ir lá para cima com o dever de vos observar e vos tentar orientar na vida, portanto não fiques triste, iremos ver-te a crescer, iremos ver as cabeçadas e a tua aprendizagem logo a seguir, princesa! Beijinhos de quem te ama muito. Pais”

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