quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Capítulo 6


O resto do dia foi passado comigo e com a Cris a falarmos. Embora não tínhamos conversado sobre isso acho que ambas achamos no final daquela conversa que nos estávamos a atirar de cabeça para alguém com quem nem sequer 24 horas passamos. Provavelmente não tivemos a atitude mais correta, depois de lhes demonstrar mos tanta confiança e até grande parte de nós e agora simplesmente ignorá-los o mais que podíamos. Mas durante aquele almoço ‘nosso’ não podiamos deixar de observar e comentar…
-Já não percebo, num momento parece que só querem estar contigo e não te deixem, no outro já estão ali a falar com mais trinta mil todos sorridentes….- Disse eu a olhar para onde eles e elas estavam.
-Oh Oceana não comeces com uma crise de existência! Se eles não sentem a nossa falta, nós também não! Nós já lhe demos a grande oportunidade de nos conhecerem, se não gostaram do bife que vão a outro talho.- Mal ela disse isso parti-me a rir, mas ela tinha razão, tinha-lhe mostrado a minha essência, o que eu era, se calhar, pela primeira vez na minha vida a um desconhecido, portanto se não dá, paciência! “Paciência o tanas! Eu sei o que é que tu estás a sentir, algo que se chama atração e que se tiveres cuidado de desenvolver, se transformara em amor…”
-Tens razão, vamos mas é buscar a sobremesa para depois ver-mos quem é que anda pelas redondezas!- “Sempre a mesma, não ei-de mudar a minha opinião agora, não é?..”
Fomos buscar a sobremesa enchi um prato cheio de manga e pêssego e quando a Cris já estava a ir para a mesa lembrei-me de ir buscar um chocolate quente, se calhar não era bem a altura mas eu adoro chocolate quente! Estava com o prato na mão e só tinha a outra. Estava a tentar tirar um copo do monte e não estava a conseguir foi então que alguém me tocou na mão e puxou o copo gentilmente e o pôs debaixo da máquina do chocolate…
- Humm, obrigada Rui. – Disse.
-Só isso? – Perguntou-me. – Eu sei que não me conheces à muito, nem eu! Mas embora não te conheça sei que estas um bocado diferente, deixas te de me falar, de estar comigo e ainda pareço mais tono a dizer isto porque só falamos esta manhã! – E depois ficamos em silêncio, não sabia o que dizer. – Eu acho é que estou a ficar maluco não percebo porque é que estás a agir assim comigo, fiz te algo de mal? – Sabia que eu era a culpada de aquilo estar a correr assim, foi uma decisão minha. “Decisão estúpida, óbvio!” E não o posso chamar traidor se fui eu quem o afastou. “Pessoa Estúpida, óbvio!”
Não sabia o que dizer, baixei a cabeça e fiquei a ver o chocolate quente a encher o copo. Ele levantou-me a cabeça e aproximou-se…foi então que ouvi o barulho de algo a pingar e virei-me, tirei o copo de chocolate quente o mais depressa que pude, circundei-o e fui para a mesa.
Tinha a certeza que a Cristiana tinha visto aquilo e comecei a abrandar só me apetecia estar sozinha e pensar bem nas minhas atitudes, o que fiz até agora e o que devia ter feito. Deixei o prato de fruta em cima de uma mesa, peguei no meu chocolate quente e fui dar uma volta pelo campus…

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